Você está lendo sobre

Neuromodulação – Você sabe o que é e como funciona?

Olá! Você sabe o que é neuromodulação?

Neuromodulação é uma área em expansão da Medicina da dor/depressão/ reabilitação que incorpora uma variedade de técnicas não invasivas ou minimamente invasivas além de técnicas cirúrgicas capazes de modificar a atividade das células nervosas através de estímulos externos. A sociedade internacional de neuromodulação define neuromodulação como a capacidade de alterar a atividade de um nervo (em sitios neurológicos específicos do organismo) através de um estímulo, seja ele elétrico ou químico.

Mecanismo de ação da neuromodulação

O sistema nervoso humano é capaz de alterações funcionais e estruturais em resposta a estímulos, sendo esse processo chamado de neuroplasticidade. A neuroplasticidade (que é a capacidade do sistema nervoso central ou periférico se adaptar a estímulos externos) é o foco principal desse processo a que denominamos de neuromodulação. Apesar das modalidades de neuromodulação atuarem através de diferentes mecanismos eles compartilham de uma convergência funcional que é exatamente promover essa neuroplasticidade. Isso pode envolver tanto a atividade sináptica (conexões entre as células neuronais) assim como modificações funcionais nos canais iônicos ( canais responsáveis pela atividade do neurônio no sistema nervoso central e periférico). Dessa maneira, a neuromodulação pode alterar a excitabilidade neuronal e por consequência a função das células nervosas.

Estímulo neuromodulatório transitório (periódico ou em sessões) pode induzir alterações de longa duração nos neurônios e da atividade neuronal (neuroplasticidade). Essa neuroplasticidade pode se manter por semanas e até meses após a finalização do estímulo. A sua aplicação precoce no tratamento das doenças ou até mesmo antes do desenvolvimento da patologia (pessoas susceptíveis à depressão por exemplo) está chamando muita atenção levando inclusive a discussões em congressos e a criação de novos protocolos de pesquisa para tentar decifrar quais pacientes serão bons respondedores a neuromodulação. A identificação desses individuos que se beneficiariam das técnicas ainda é um desafio porque a resposta ao estimulo depende de uma enorme variedade de fatores incluindo a doença a ser tratada, protocolos de aplicação das técnicas, tempo de intervalo entre inicio da doença e o inicio do tratamento, a idade e o sexo do individuo, assim como fatores psicológicos e genéticos.

Quais são as técnicas de neuromodulação existentes?

  1. Estimulação espinhal – É um tipo de neuromodulação a qual através de
    cirurgia é colocado um implante com eletrodos na região da medula espinhal
    gerando uma pulsação de corrente contínua fraca a qual gera analgesia. É
    utilizado para controle da dor crônica. É uma técnica invasiva feita em
    ambiente hospitalar.
  2. Estimulacão periférica – O TENS, também conhecido por neuroestimulação elética transcutânea, é um método muito utilizado na fisioterapia que pode ser realizado no tratamento de dores crônicas e agudas, como no caso de dor lombar, ciática ou tendinite, por exemplo.
  3. Estimulação Cerebral Invasiva
    1. Estimulação Cerebral Profunda (ECP): é um método de neuromodulação invasivo, cirúrgico a qual se coloca eletrodos em regiões profundas do cérebro, como os gânglios da base, por exemplo. A estimulação cerebral foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) em 2002, como terapia auxiliar na redução de alguns dos sintomas avançados na doença de Parkinson a qual não são adequadamente controlados com medicação.
    2. Cirurgia de implante no córtex motor: é um método de neuromodulação invasivo cirúrgico com implantação de eletrodos através no córtex motor, geralmente utilizada para controle da dor crônica. É colocado um marcapasso na clavícula que fica ligado a eletrodos em regiões específicas do cérebro, os eletrodos emitem descarga elétrica de 10,5 volts, a qual promovem analgesia e alivio da dor.
  4. Estimulação Cerebral não invasiva – Pode ser feita de 2 maneiras:
    1. Estimulação Magnética Transcraniana Repetiva (EMTr): é uma técnica de neuromodulação não-invasiva que gera um campo magnético através de uma bobina em forma de oito ligada a um aparelho com corrente rápida repetitiva em alta frequência (10 a 30 Hz) ou corrente lenta em baixa frequência (1 a 5 Hz) que equilibra determinada região do cérebro delimitado pelo médico previamente. Trata doenças como a depressão, dor crônica, fibromialgia, Doença de Parkinson, zumbido, dependência química, alucinação auditiva na Esquizofrênia entre outras. É a técnica disponível em nosso consultório.
    2. Eletroconvulsoterapia (ECT): Na eletroconvulsoterapia são provocadas alterações na atividade elétrica do cérebro através da indução de corrente elétrica, o paciente recebe anestesia geral, é induzido uma crise convulsiva durando 30 segundos a 1 minuto para aumento da atividade cortical. É realizado em ambiente hospitalar com monitoramento dos sinais vitais. Apesar de ser um tipo de neuromodulação embora não-invasiva, tem maior incidência de efeitos colaterais quando comparada as outras técnicas. É utilizada no tratamento da depressão grave com ideação suicida.

E quais são os benefícios da neuromodulação?

1) Opção não medicamentosa para tratamento a longo prazo de condições préexistentes ou crônicas.
2) Excelente grau de controle terapêutico pelo médico, não causando danos ao sistema nervoso.
3) Na técnica não invasiva, praticamente isento de efeitos colaterais, e nas técnicas invasivas os efeitos colaterais são muito menores quando comparado aos procedimentos cirúrgicos padrões.
4) As técnicas não-invasivas não geram prejuízo cognitivo, pelo contrário, aumenta as conexões neuronais, melhorando o funcionamento cerebral.
5) Não é preciso interromper o tratamento medicamentoso quando se inicia a neuromodulação. Pelo contrário, é comum o uso de neuromodulação em associação a terapia farmacológica para otimizar resultados desta ultima.
6) O tratamento é definido individualmente e personalizado para cada paciente, e o número de sessões e a frequência dependem da patologia tratada, dos objetivos a serem alcançados e da disponibilidade e sensibilidade do paciente. Ainda tem dúvidas sobre a neuromodulação?

Agenda uma consulta conosco!

Mais
notícias